Foi se transformando, se modificando ao longo do tempo
não sabia mais, não queria mais, preferiu esconder...
Não se via mais perto de pessoas, preferia ficar só,
sua companhia era a noite, o escuro...
onde ele se sentiu seguro, não tinha mais que fugir
Não conseguia evitar, muitas vezes memórias emergiam,
como hóspedes que não foram convidados...
cada lágrima que corria de seus olhos, era o reflexo
do que um dia foi o pequeno monstro.
Em lapsos de alegria, se pegava observando pequenas belezas ao seu redor,
pequenos detalhes que o deixavam feliz...
nesses momentos, se esquecia um pouco do que se tornou.
Mas certas vezes, em meio a sua solidão, se pegava sentado, encolhido
segurava e tentava proteger com suas garras, uma pequena caixa
já bem gasta, consumida pelos anos...
Sussurrava baixinho, em meio a engasgos...
"Lembranças... de quando pequeno monstro sabia amar..."
Â.A.
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