Uma sensação de frio constante, mas não o corpo todo
só ali, no meio do peito...
um frio, gelado, as vezes intenso as vezes suave,
mas sempre está ali.
Há dias que parece que quer romper a pele,
outros parece que te sufoca...
não consegue explicar, não consegue mostrar,
só consegue sentir...
As lágrimas estão ali, mas não conseguem sair,
sabe que quer fluir como um rio, mas há algo que as segura,
não sabe o por que, não sabe explicar...
Há dias que só quer permanecer sozinho,
permanecer em um lugar escuro, frio,
É um vazio, o consome aos poucos... e dói a cada sorriso...
está ali, sempre esteve, o acompanha
parece tão fácil dar um fim a isso...
Mas há algo que o impede...
não sabe o que, só sabe que o tem...
Uma sensação constante de frio, de solidão,
quando o sol se vai, vai também o calor,
a lua ganha o céu, e o frio aumenta
sua luz alva e gelada o abraça,
lhe concebe um pouco de conforto...
Um sorriso desenhado em meio ao escuro do céu
seu vazio se funde com a noite, com o infinito escuro da noite...
se torna parte do silêncio...
uma criatura da noite, que se acolhe em meio as sombras
encontra conforto...
O vazio se torna mais tolerável, consegue sentir diminuir...
mas ainda está ali, não o deixa, insiste em existir,
algo lhe foi tirado, não se lembra
só sabe que foi...
criatura da noite, se transforma em um ser meio morto, meio vivo...
Vazio que o consome aos poucos, vai deixando apenas
rastros de algo que já foi...
Vai deixando pelo caminho, pequenos traços,
pequenos versos... vai deixando pelo caminho...
e vai deixando por onde passa...
alguns sorrisos, um pouco de calor que ainda lhe resta...
É apenas um vazio, um vazio que o consome aos poucos,
não sabe explicar, só sabe que o tem....
Â.A.
Nenhum comentário:
Postar um comentário