terça-feira, 19 de abril de 2016
Um dia eu a amei
E ele ficava ali, sentado, admirando só o que seus olhos conseguiam ver,
parecia o nada, mas um nada incomum
o nada que preenchia seu coração.
Soltava gargalhadas, chorava, berrava, ficava mudo...
de seus olhos transbordavam ilusões,
sua insanidade havia ficado maior que a lucidez.
Ele esticava a mão, tentava alcançar, tinha medo
a chamava pelo nome, nunca havia esquecido...
não sabia mais como ela era, era apenas uma sombra.
Uma sombra, mas havia algo que só ela possuía...
uma pequena luminosidade, onde se localiza um belo sorriso,
por quê uma sombra a de ter um sorriso?
A sua loucura havia criado forma, havia se materializado,
o bizarro tomava conta, a barreira havia se quebrado
não distinguia mais o que era real, tudo parecia tão igual...
Não, não, não, ele não queria sair, sim ele aprendeu a gostar
havia tantas cores, tantas formas, algumas davam medo,
mas o que é a vida sem um pouco de medo?
Seus olhos vidravam, suas pupilas dilatavam,
uma experiência totalmente anormal, um quarto escuro
se transformou em um mundo de insanidade e loucura.
Suas risadas ressoavam os corredores, sua pele era marcada,
símbolos, coisas amórficas...
raras as vezes se ouvia sussurros, palavras bonitas,
lindas declarações que logo o silêncio consumia...
de olhos vermelhos brotavam-se lágrimas,
rios salgados banhavam um rosto, e surgia um nome, apenas um nome...
Ele engasgava ao pronunciar, ninguém sabia quem era...
e bem baixinho ele dizia...
"... um dia eu a amei..."
Â. A.
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