sexta-feira, 22 de abril de 2016

Apenas uma carta de amor



São palavras que ela nunca escutou,
um sentimento que ela nunca sentiu, carinhos que ela nunca teve...
Pode ser que um dia ela descubra, mas pode ser que ela nunca saberá de sua existência
uma grande mulher, feita em um pequeno molde,
fez de um garoto um poeta.
O fez enxergar perfeição em coisas simples,
suas noites sem dormir pensando em seu sorriso,
tentando encontrar algo que tenha seu perfume.
Já trocaram algumas palavras, mas nada que a fizesse notar....
já não é uma paixão, pois não dói mais,
não é mais uma atração, pois ele não sabe mais explicar o por que...
Apenas uma carta de amor, apenas uma folha de papel,
quem sabe o que isso pode fazer?
São palavras que um dia vão se desfazer,
nem mesmo o papel segurará essa tinta eternamente...
mas sempre restará esse amor.
O mesmo amor que anda de mãos dadas com a solidão,
o mesmo amor que o faz chorar a noite,
o amor que o fez admirar um sorriso.
É o mesmo amor que faz um poeta declamar a lua suas palavras...
o mesmo amor que transforma uma folha de papel
em uma linda coletânea de palavras.

Â.A. 

terça-feira, 19 de abril de 2016

Um dia eu a amei



E ele ficava ali, sentado, admirando só o que seus olhos conseguiam ver,
parecia o nada, mas um nada incomum
o nada que preenchia seu coração.
Soltava gargalhadas, chorava, berrava, ficava mudo...
de seus olhos transbordavam ilusões,
sua insanidade havia ficado maior que a lucidez.
Ele esticava a mão, tentava alcançar, tinha medo
a chamava pelo nome, nunca havia esquecido...
não sabia mais como ela era, era apenas uma sombra.
Uma sombra, mas havia algo que só ela possuía...
uma pequena luminosidade, onde se localiza um belo sorriso,
por quê uma sombra a de ter um sorriso?
A sua loucura havia criado forma, havia se materializado,
o bizarro tomava conta, a barreira havia se quebrado
não distinguia mais o que era real, tudo parecia tão igual...
Não, não, não, ele não queria sair, sim ele aprendeu a gostar
havia tantas cores, tantas formas, algumas davam medo,
mas o que é a vida sem um pouco de medo?
Seus olhos vidravam, suas pupilas dilatavam,
uma experiência totalmente anormal, um quarto escuro
se transformou em um mundo de insanidade e loucura.
Suas risadas ressoavam os corredores, sua pele era marcada,
símbolos, coisas amórficas...
raras as vezes se ouvia sussurros, palavras bonitas,
lindas declarações que logo o silêncio consumia...
de olhos vermelhos brotavam-se lágrimas, 
rios salgados banhavam um rosto, e surgia um nome, apenas um nome...
Ele engasgava ao pronunciar, ninguém sabia quem era...
e bem baixinho ele dizia...
"... um dia eu a amei..."

Â. A.

domingo, 10 de abril de 2016

Dono de um coração solitário


Ele nunca quis que fosse assim
sempre tentou fazer diferente, que fosse bom,
buscava sempre por um sorriso...
De tantos remendos, te tantas suturas
o doce que predominava em sua alma
se tornou um agridoce, as vezes mais amargo...
Pequenas doses de doçuras, mas não o suficiente
por onde deixa suas pegadas, também deixa pequenos cacos
deixa para trás pequenas lembranças, 
Pequenos cacos que refletem um sorriso, um olhar,
que um dia foi-se uma paixão.
Dono de um coração solitário... não se entrega a mais ninguém.
De tanto flertar com o vazio, com a solidão,
acabou-se por se apaixonar por ela...

Â.A.

sexta-feira, 8 de abril de 2016

Ele a amou



Então ele a via, nem sequer sabia se existia,
corria os olhos por todos os caminhos a sua procura.
Ele passava o dia ansioso, querendo-a encontrar novamente,
todas as vezes que a via, ele sorria.
Brotavam dúvidas, seria ela real ou mero fruto de sua imaginação?
Passava horas imaginando o gosto do seu beijo, 
a ternura de sua pele, o aroma de teu corpo...
Quando chegava a noite, ele recostava sua cabeça no travesseiro
passava horas olhando para o teto, e quando menos esperava seus olhos fechavam.
E neste instante, como um escultor molda uma peça de mármore, 
como um artista em suaves pinceladas cria uma bela obra,
sua silhueta, assim como uma fina linha em um papel branco,
delicadamente se formava diante de seus olhos.
Era seu anjo, sua melhor visão, seu mais doce sonho...
não conseguia distinguir a loucura da lucidez,
então ele a criou, do seu mais profundo desejo, 
ele não queria mais abrir seus olhos...
E neste instante... ele a amou...

Â. A.