sexta-feira, 24 de outubro de 2014
Criatura
Um caminho vazio, muitas vezes frio...
escuro, poucos pontos de luz,
rajada de ventos, tempestades de pensamentos.
Vaga solitário, se esquivando de outros olhares...
as vezes se perde de seu caminho,
desvia seus passos, se distrai com algo...
raras ocasiões encontra belas paisagens.
Se perde nesse sentimento, se entrega,
permanece, se mistura ao local...
aos poucos vai sendo expulso.
Se perde de seu caminho...
seus olhos não vêm direito,
sua visão embaçada por causa das lágrimas,
correndo, fugindo, tropeçando nas pedras do caminho.
Criatura confusa, não sabe o que procura, mas sabe que está lá...
Não desiste, continua sua jornada,
recupera o fôlego, enxuga seu rosto.
Nunca havia encontrado, pela primeira vez,
seus olhos viram algo assim...
aproximou com receio, esticou sua mão.
Se assustou, espetou seus dedos...
sentou e ficou observando, não entendia,
algo tão bonito, delicado e perigoso...
queria para si, mas não sabia como o fazer.
Por muitos dias ficou ali, só observando...
em algumas ocasiões uma leve brisa,
o fazia sentir um doce perfume.
Aos poucos um sorriso foi se formando...
esticou novamente sua mão,
dessa vez não espetou seus dedos.
Tocou-a levemente, envolveu-a em suas carícias...
Muito se passou, e ficou ali, cuidando
vigiando, finalmente achou o que procurava.
Se entregou, estava feliz...
Seus dias foram se esvaindo,
sabia que não teria mais tempo,
mas não ficou triste...
se colocou ao lado da bela rosa.
Derramou uma lágrima, e nunca mais se levantou.
Â. A.
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