Muito além do arco íris

 

 A maioria das vezes olhamos para o alto a procura da curva de cores,

Ficamos maravilhados com o arco, um momento de êxtase, de apreciação...

Somos portadores da alegria momentânea, um período onde não sentimos...

Os momentos deixados para o amanhã, batem a porta quando se perde as cores.

As lembranças de uma curva tão bela quanto a portadora das cores, 

perdemos as oportunidades procurando o pote de ouro...

Dos momentos deixados para depois, as cores infinitas dos sorrisos que adiamos.

Muito além do arco íris, não existe o pote de ouro, existe o amor que deixamos para o amanhã...

Â.A.

Antes de partir

 

A areia da ampulheta chegando ao fim,

a alma querendo partir...

Não temos mais o tempo que precisávamos

perdemos o sentimento, perdemos a emoção...

Pensamos que é melhor guardar, fingir que não existe,

escondemos embaixo do travesseiro

entre sorrisos e lágrimas, pequenos sonhos distantes...

A emoção do frio da barriga, não causa mais a mesma sensação,

o medo que consome, sentimento bons causam aflição...

Paranoia, suando frio, a falta de ar...

Antes de partir, seria melhor...

Seria melhor deixar que ganhasse vida,

pequenos pontos de cor...

Deixe fluir, se permita sentir... antes de partir

Antes de partir, mostre que ame,

não deixe morrer, antes de partir...

Â.A.

Mariposa

 

Apareceu, pousou ao seu lado e ficou ali,

Aos pouquinhos foi chegando perto e subiu em seus dedos, 

o pequeno monstro sacudiu a sua mão.

Não queria nada perto, fugiu... não satisfeita, ela foi atrás,

ficava voando ao seu redor.

Pequeno monstro, com o passar do tempo se acostumou com a mariposa,

deixava pousar em suas garras, mas de vez em outra sacudia as mãos...

Por um período, sentiu-se só, um vazio, não sentia mais

as asas passando por seus dedos.

Ela havia ido embora...

Por alguns dias, olhava para o nada, procurava pela mariposa,

mas tudo isso só o entristecia...

Já havia desistido de sua procura, quando sentou em sua pedra

e olhou para o chão... estava a mariposa sobre um montinho de folhas

estava opaca, praticamente sem vida.

Neste instante lhe correu uma lágrima, juntou-a delicadamente com suas mãos

e levou-a ao peito...

Cuidou, protegeu, conseguiu faze-la voltar.

Pequeno monstro estava feliz, a mariposa voltou a voar por volta de seu corpo,

Levou-a ao campo, onde gostava de passar as tardes...

Então viu a mariposa se distanciando, indo embora... Pequeno monstro não podia impedir

não podia prender... não era capaz de oferecer o que a mariposa precisava...

Sorrindo em meio a lágrimas se despediu, deixou-a voar...

nesse instante soube, que ele amou a mariposa...

Â.A.

Frasco quebrado

 

Há tanto tempo, o passar dos anos o foi deixando mais frágil

seu auto isolamento o deixaria mais forte, protegido...

tudo o que queria, era estar bem.

Como pequenos frascos, foi guardando tudo o que tinha de bom

sua prateleira cheia de cores e formas, pequenas lembranças,

sentimentos bons, alguns pesadelos...

Todos seus medos, desejos, paixões e alguns amores

todos guardados, em pequenos frascos.

O pequeno monstro imaginava saber o que estava fazendo...

mas a vida lhe mostrou que pequenos frascos se quebram...

rachaduras, pequenas linhas que comprometiam sua proteção,

a caixa não era mais segura, os frascos se partiam...

Descontente, triste carregado de preocupações,

pequeno monstro não queria mais, não queria mais guardar,

não queria mais sentir...

O frasco que mais ansiava proteger, o que imaginava estar seguro em sua caixa...

foi o que mais doeu quando se quebrou...

Um frasco quebrado, pequenos cortes ao tocar,

seu frasco mais bonito...

Perdera um pouco do medo de esconde-lo, 

se desmanchou em lágrimas, por vê-lo em pedaços...

Não havia como concertar, 

quanto mais tocava, mais seus dedos sangravam, mais o frasco ia sumindo

Um pequeno frasco quebrado, todo seu amor contido...

foi perdido, uma pequena brisa tudo o que ainda tinha de bonito

se perdera... 

Um frasco quebrado, um coração partido...

Â.A.