sábado, 6 de maio de 2017

Castelo de areia



E assim, a vida vai se escorrendo por entre os dedos,
vai se lembrando de tudo o que não fez,
das vezes que queria falar e não falou.
E hoje, você a olha de longe
tão perto, mas tão longe ao mesmo tempo...
As vezes ao alcance de um toque, outras as várias milhas de distância.
Da mistura de cores que formam seus olhos, um universo todo,
em duas pequenas esferas...
As vezes a imensidão do céu escuro tenta se aproximar do infinito de seu olhar,
até a lua certas vezes tenta imitar seu sorriso.
Esse é seu consolo, basta olhar para o céu para se lembrar de você,
de todas as palavras que o vento levou, ou que a água apagou na areia...
Ele a ama de longe, mas nunca poderá estar perto o suficiente para mostrar,
nunca poderá vê-la sorrir ao dormir, nem sentir seu cheiro pela manhã,
os raios de sol o confortam, por lembrar do calor de seu corpo...
E de longe, ele a ama, a observa, a admira,
com lágrimas nos olhos, ele sorri, e com a chuva ele se vai.
Assim como um castelo de areia se desmancha com o vento,
ele vai se perdendo, se desfazendo a cada sorriso, a cada vez em que ele a vê...