Rosas

No dia em que te conheci, plantei uma roseira,
conforme ia se passando o tempo,
a roseira crescia, assim como nosso amor...
Cada dia mais lindo, cada dia mais bonito de se olhar,
a cada beijo, a cada toque de carinho... um botão nascia,
toda manhã se via, desabrochando lentamente...
os pequenos botões, exalando seu perfume.
Nosso amor ia ficando intenso, bom de se viver...
certo dia, algo aconteceu...
As rosas começaram a perder suas pétalas,
nosso amor começou a perder a beleza, 
cada pétala caída, era um rasgo que recebia em meu coração... 
você cada dia mais distante, cada dia recusando meu amor...
Minhas lágrimas se misturavam às gostas de orvalho,
das últimas pétalas que ainda restavam...
No dia em que a morte tomou para si a última rosa,
levou junto meu coração e o amor que existia entre nós dois.
Você simplesmente me deu as costas, me vi jogado de joelhos...
as gotas de chuva começaram a esconder minhas lágrimas,
assim como as rosas, eu ficarei vivo em suas memórias...
E quando sentir minha falta, feche os olhos e procure por mim em suas lembranças... talvez eu ainda esteja por lá... plantando rosas...

Â. A.

As mais belas coisas

Muitas vezes nos preocupamos somente com o que está fácil de perceber,
esquecemos das coisas mais belas, das coisas que realmente importam...
pisamos, chutamos, quebramos.
As mais belas coisas, são aquelas que,
somente um coração apaixonado percebe,
uma alma pura sente, um olhar atento consegue enxergar...
A leveza de cada gota de chuva, ao encontrar a pele de teu rosto,
um sorriso que surge após uma lágrima...
aquele momento em que um abraço junta duas almas...
As mais belas coisas não se encontram em uma capa de revista,
ou em uma televisão, elas se encontram,
em uma conversa, sentados à beira da calçada,
no quebrar das ondas do mar que refletem os últimos raios de sol...
As mais belas coisas, são aquelas que te fazem repensar,
são aquelas que te fazem continuar caminhando...
o riso de uma criança, um sorriso tímido de uma garota,
aquela pequena flor que nasce na rachadura da calçada...
a delicada borboleta que pousa em seu nariz...
no pequeno chocolate que foi colocado em suas coisas,
com aquela mensagem de amor...

Â. A.

Vazio

Quando foi deixado só,
uma parte foi retirada, um pedaço de si...
um vazio foi deixado no local.
Sentia-se perdido, não se sentia bem em lugar algum,
passou a procurar desde então...
Algo que pudesse preencher o vazio que haviam deixado,
ficava horas olhando para o nada, imaginando...
como seria bom não ter mais que se preocupar com aquele vazio.
Tentou de várias formas preencher, mas todas em vão...
algumas passavam direto, outras se prendiam nas bordas,
outras ainda permaneciam um pouco, mas logo se soltavam.
Não entendia o por que, só queria algo para acabar com aquilo...
havia dias que o vazio diminuía, em outros, aumentava,
em alguns outros, cogitava em se entregar ao vazio...

Â. A. 

Noites de luar

Noites de luar, noites sem fim...
sua mente vive um sonho que nunca irá ser real,
seus olhos hipnotizados, ela o atrai.
Procurando uma maneira de ficar junto de seu amor,
o luar firma sua silhueta, firma a forma de sua amada...
por um instante sente que pode tocá-la...
Pequenas gotas de cristal, caem de seus olhos,
a luz faz brilhar intensamente suas lágrimas,
sonhos de um coração apaixonado.
Suas palavras vão se esvaindo, 
suas doces palavras vão se perdendo na noite,
seus delicados toques, se desfazem no vento.
Baila junto com a solidão, uma triste melodia...
melodia que é tocada por seu coração...
Pouco a pouco vai se entregando...
juntamente com os feixes prateados da lua,
vai desaparecendo no escuro da noite...

Â. A.

Um dia de chuva

Novamente o dia começa sem os raios de sol,
um dia frio, úmido, cinza...
Os olhos miram o nada, o que se passa em minha mente?
Imagens retornam, rostos já esquecidos, sentimentos ignorados,
olho para o lado, parece que vejo sua imagem,
ali, sentada...
Minha visão começa a embaçar,
já não consigo mais segurar,
meu corpo é bombardeado pela chuva.
Caminho sem rumo, sem um destino certo,
ali posso derramar as lágrimas,
se mesclam com as gotas de chuva em meu rosto.
Um peso é retirado de meu coração,
um desabafo sem palavras,
de meus olhos, juntamente com as lágrimas,
sua imagem vai sendo eliminada...
Assim como a chuva, você se foi,
as últimas gotas banham meu rosto,
e no horizonte um raio de esperança,
um leve sorriso nasce em meus lábios,
apenas mais um dia de chuva...

Â. A.

Paixão e fogo, luxúria e desejo

Estava sentado, apenas observando...
só mais um dia qualquer, nada planejado,
foi quando a vi, se destacava em meio a todos.
A acompanhei com meus olhos, ela me encarou intensamente,
levantei e me coloquei a seguir seus passos,
ela virou para mim e deu um leve sorriso, e continuou seu caminho.
Seus passos terminaram em frente a um prédio,
uma porta entreaberta, hesitei por um breve momento,
deveria ou não continuar? Respirei fundo, entrei.
Um corredor pouco iluminado, passei diante uma porta...
fui agarrado pelo braço, e jogado de costas contra a parede.
Ela me olhou intensamente, e mordeu o canto da boca,
por um instante fiquei sem reação...
Me entreguei ao pecado, que era seu corpo,
em meio a beijos e mordidas, a respiração ficando cada vez mais forte,
mãos caminhando por ambos os corpos, uma pressão forte dos quadris.
Peguei-a firme pela cintura, a coloquei contra a parede, 
meus lábios deslizavam por seu pescoço, minhas mãos a despia...
seu corpo, sua sensualidade despertava o animal dentro de mim.
Minha boca caminhava por todo seu corpo, 
a língua marcava o caminho por onde passava,
suas unhas cravavam a carne de minhas costas.
Gotas de suor e sangue se misturavam, 
prazer e dor caminhando juntos naquele momento,
gemidos ecoavam pela sala, 
marcas e lembranças iam surgindo.
Nada era mais louco e insano do que aquele momento...

Â. A.

Nunca mais irá me ver

Sempre estava ao lado dela,
estava presente em todos seus sorrisos, em todas suas lágrimas,
sabia todos seus gostos, suas manias, amava seus defeitos...
Não precisava uma palavra sequer, bastava um olhar,
ele sabia que nada estava bem, bastava envolvê-la em um abraço...
Que novamente ela estava sorrindo,
sabia todos seus livros preferidos, todos os sonhos,
que queria tornar realidade.
Sabia de sua louca compulsão por chocolate...
sempre deixava um em meio sua bagunça,
somente para vê-la sorrir.
Ela sempre pedia para que nunca a deixasse...
mas todos os dias, sempre partia um pouco mais seu coração.
Ele a amava, ela não o via assim...
isso o matava, cada dia mais e mais...
ele dizia: "um dia irei embora, nunca mais irá me ver..."
ela ria e dizia: "você não vive sem mim..."
Certo dia, algo tirou o sorriso de seu rosto,
havia outro ao lado dela, mas não a via sorrir como antes...
ela sempre o procurava, com lágrimas nos olhos...
Sempre lhe contava, das coisas ruins que sofria,
isso o matava por dentro, como poderia continuar vendo,
a garota que ama sofrendo assim?
Ela descontava suas frustrações nele, o tratava mau,
mas ele sempre estava ao lado dela, 
Quando num dia chuvoso, se encontrou sozinha,
não tinha ninguém para lhe fazer sorrir, para lhe oferecer um abraço...
lembrou daquele estranho garoto que vivia ao seu lado.
O procurou de todas as maneiras, em todos os lugares que costumavam ir...
a noite se aproximava, e ela com esperanças dele aparecer,
o que ela não sabia, é que ele não iria mais voltar.
Trancou-se em seu quarto, pegou uma pequena caixinha,
que ele havia dado a ela, e dentro havia várias lembranças,
lembranças dos dias que eles passaram juntos.
Foi mexendo e se deparou com algo que nunca havia visto,
uma foto, mas só havia ele na foto, 
ela passou o dedo por seu rosto, e percebeu algo...
percebeu que tudo o que ela sempre sonhou, 
o romance que lia em seus livros, esteve todo o tempo,
caminhando ao seu lado.
Em meio ao seu pranto, virou a foto,
e havia uma mensagem...
"Você me disse que eu não viveria sem você, mas eu passei a vida toda,
vivendo sem você, mesmo estando ao seu lado. Sempre lhe dizia,
que um dia não estaria mais com você. Espero que consiga ser feliz,
que encontre o que tanto procura..."
Ela se deitou, afogando em suas lágrimas, 
com a foto colada a seu rosto, e sussurrava baixinho...
"Sou eu, que não sei viver sem você..."

Â. A.