sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Anjo de luz



Em um mundo cinza, uma nova cor surgiu,
para muitos não fazia diferença, simplesmente ignoravam.
Algo me fez olhar para frente...
não consegui desviar o olhar, me fiz prisioneiro de seu olhar.
Você tinha algo, que não existia em qualquer outro olhar.  
Tua delicada pele, alva, uma textura macia, levemente corada...
Como era possível? Realmente estava acordado ou era apenas mais um sonho?
Não importava no momento, queria me perder ainda mais nesse olhar.
O belo contraste de seus longos cabelos, com sua pele,
trazendo ao lugar em que esta, beleza e encanto.
Pequeno anjo, trazendo luz para esse mundo cinza.
Bela criatura, despertando desejos de quem se aproxima,
proporcionando sonhos a aqueles sem esperança...


Â. A.

 


quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Lembranças



São fantasmas que habitam nossas mentes,
aparecem e se vão quando menos esperamos.
São palavras e atitudes mortas que ficam vagando...
causam uma lágrima, um sorriso, uma dor profunda.
Pequenos reflexos de nossas vidas,
Por muito achamos que esquecemos...
mas nos encontramos com elas,
em uma troca errada de olhares.
Corre as águas, cortam como uma navalha,
Uma conversa antiga encontrada, uma carta perfumada...
Simples pétalas de rosas...
Fantasmas que insistem em voltar,
para nos mostrar, nos ensinar...
iram nos acompanhar o resto de nossas vidas.

Â. A.
 

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Boneco de retalhos



Vários pedaços juntos, costurados com pontos grosseiros,
Cada pedaço em seu determinado lugar...
Não era belo, tinha uma feição triste.
Mas isso não impediu, de ser o primeiro amor de uma linda menininha...
era arrastado para todo canto, certa vez sentiu em seu peito,
algumas pontadas, havia um novo retalho em seu corpo.
Era um retalho bonito, um vermelho vivo...
seu rosto parecia diferente, uma feição até mais alegre.
Corria o tempo, a linda menininha estava crescendo,
já não dava tanta atenção ao boneco de retalhos,
seu rosto foi adquirindo novamente, aquela triste feição...
O retalho em seu peito já não tinha mais aquele vermelho vivo,
certo dia se viu jogado em um canto escuro...
reconhecera o lugar, era o cômodo onde dormia a garotinha.
Não havia mais nada no local, estava um vazio sufocante,
ficava se perguntando, o que havia feito de errado...
abandonado em meio a solidão, foi arrancando cada ponto de seu corpo...
se desmontando, junto com a tristeza que o consumia.
Voltou seus olhos para baixo, e viu o responsável por sua dor...
em um só puxão, arrancou o pequeno retalho de seu peito,
Olhou fixamente para ele, e o partiu...
antes de puxar o último pedaço de linha em seu corpo,
Olhou para o canto mais escuro do cômodo...
e em um último movimento, se desfez.

Â. A.

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Eu ainda me lembro...



O dia em que trocamos as primeiras palavras,
eu ainda me lembro da primeira vez que te fiz sorrir...
me lembro das covinhas que me conquistaram...
Dos seus pedidos, para que falasse sobre mim.
Eu ainda me lembro do seu rosto corado quando te olhava,
seus gostos, suas manias...
me lembro do luar refletido em seu olhar,
na primeira e única noite que estivemos juntos...
do envolver dos seus braços em torno do meu corpo.
Eu ainda me lembro da forma que sorria entre um beijo e outro...
das flores que não gosta de receber, pois sente pena quando morrem...
o modo como mexe em seu cabelo, quando não sabe o que fazer.
Ainda me lembro dos meus planos, dos sonhos que desisti...
Que desisti na esperança de tê-la...
de todas as noites em claro, com seu nome em meus lábios.
Eu ainda me lembro do sorriso que eu tinha em meu rosto,
todas as vezes que te via...
Do modo como me abraçava, a melhor sensação.
Ainda me lembro do modo como me olhava,
quando tomei seu rosto em minhas mãos...
No tocar dos lábios, seu corpo entregue...
eu ainda me lembro...
dos poucos toques, das poucas carícias...
Do seu rosto, ainda me lembro, seu cheiro...
Do dia em que nos tornamos estranhos...
Eu sempre vou me lembrar... 


Â. A.

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Espelhos



Reflexos, fantasmas, algo que insiste em ficar
Meus olhos vidrados no espelho...
Meu reflexo insiste em mostrar todas as marcas,
Não há como fugir, sempre algo ira refletir essas cicatrizes...
Fuja, cubra seu rosto, tente se esconder...
Mas sempre que olho, ele está lá...
aquele espelho, aquele sorriso malicioso...
Respire fundo, erga a cabeça, abra seus olhos.
Golpes, gritos, ruídos de algo se quebrando...
com as mãos banhadas em sangue,
vários cacos pelo chão.
Um olhar determinado, um sorriso...
não sou mais refém de meu próprio reflexo.  

Â. A.

sábado, 13 de setembro de 2014

Por que as flores morrem?



Tão frágeis, delicadas...
trazem beleza para o lugar que estão.
Um cuidado extremo para que durem...
leves toques dos dedos em suas delicadas pétalas...
exalam seu doce perfume...
Não se espante...
pois mesmo uma leve brisa pode coloca-la ao chão...
Um golpe, um toque errado,
pétala por pétala, vão caindo...
uma tentativa falha, de salvar algo já destruído.
Como lágrimas de olhos magoados,
as gotas de orvalho escorrem por suas últimas pétalas...
Um olhar meio perdido, parece não entender,
uma questão surge...
Por que as flores morrem?

Â. A.


segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Vício



Uma pequena amostra...
só uma vez não faria mal... pensava comigo mesmo...
Começou, uma vez ou outra...
coisa pequena, tempo curto...
Cada dia querendo mais...
buscando o efeito que me causa...
não existe outra que me deixe assim...
a cada porção, a cada suspiro, a cada tragada...
um êxtase sem igual...
Longe dela... uma abstinência...
tudo que resta... o teu cheiro em minha roupa...
um suspiro profundo... 
largo meu corpo em cima da cama...
olhos vidrados... uma viagem fora do corpo...
outra realidade... me encontro contigo...


Â. A.